Solos Ferráliticos em Angola
Introdução
Sendo que A produtividade agrícola depende: do solo e das condições biológicas, químicas e
físicas que oferece; da planta e da sua capacidade genética de produzir;
das técnicas agrícolas pelos quais se tenta
criar as condições que permitem o desenvolvimento da capacidade genética
da planta; do clima. É destacar o solo como mais relevante visto que é o suporte físico para as plantas e a fonte de água e de nutrientes
para as mesmas. É a camada superficial do globo terrestre, com espessura
variável, onde se desenvolvem todos os seres vivos. É um agregado de partículas
orgânicas e de minerais não consolidados produzidos pela acção combinada do
vento, da água e dos processos de desintegração química e orgânica. É a base
essencial de toda a produção agrícola.
Neste trabalho
abordaremos os Solos francamente ferralítico; Solos ferralítico típicos e Solos
ferralítico com carapaça. Com o intuito de saber o que são solos ferralíticos,
como estão constituídos, quais são as suas características e no nosso país que
se chama Angola quais são as áreas onde é frenquente este tipo de solo.
Se o perfil do solo
apresnta três horizontes A, B, e C os solos ferralíticos é o horizonte B ou intermediário é
caracterizado pelos minerais desagregados que já se consolidaram com as
matérias orgânicas de tempos passados. É a camada em que se fixam as raízes dos
vegetais de maior porte, para dar sustentação às plantas.
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Horizonte A
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Horizonte B
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Horizonte C ou inferior
SOLOS FRACAMENTE FERRÁLICOS
São os
ferrálicos vermelhos e amarelos com a fracção argilosa constituída por
caulinite e óxido de ferro e alumínio que oferecem bastante interesse na
exploração agrícola tendo em conta que apresenta boa permeabilidade e conteúdo
em matéria orgânica. Estes encontram-se no Nordeste da Lunda-Norte.
Constituição dos Solos
Ferralítico
Solos
minerais de perfil ABC, de horizonte B ferralítico, em geral de texturas finas
ou médias/finas, mais frequentemente crómicos (colorações desde o amarelado ao
avermelhado), constituídos por minerais caulínicos e óxidos de ferro e
alumínio, sem «reserva mineral alterável» ou então de reduzida expressão, sem
estrutura ou fracamente estruturados em agregados granulosos, em geral de
consistência friável, ou muito friável, com grau de saturação em bases inferior
a 50% e capacidade de troca catiónica inferior a 15%, podendo apresentar
concrecções lateríticas dispersas no perfil ou então concentrando-se em camada
ou camadas a profundidade variável, por vezes constituindo bancada mais ou
menos dura.

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Solos
ferralíticos
Características
Ferralíticos
Caracterizam-se por
serem solos muito desenvolvidos, muito profundos, de textura argilosa ou
franco-argilosa, óptima porosidade, cor vermelha a amarela, baixa fertilidade
natural, bem drenados, muito ácidos. Nestes solos os processos de migração
estão restringidos pelo alto grau de estabilidade ou imobilidade de argila.
Têm, portanto,
óptimas propriedades físicas mas requerem boa adubação química e orgânica,
calagem e controle da erosão. São apropriados para cultivação de culturas
exigentes, quando bem manejados.

Na Província
da Huíla
No que se
refere aos solos na Província da Huíla, encontram-se os solos Ferralíticos,
sobretudo os "Fracamente
ferralíticos", cujas características são determinadas pelo clima
chuvoso e consequente forte lixiviação, representando 3/4 dos solos da região.
Coloração entre o amarelo e o vermelho. São caracterizados pela forte
lixiviação das bases (os metais bivalentes e mono valentes como Cal e
Potássio), portanto, são carentes de minerais de argila de boa qualidade e de
substância orgânica; há falta de esqueleto; há falta de estrutura por causa da
textura rica de areia e caulino; há boa permeabilidade. No cultivo, precisam de
abundante estrume ou adubo químico, rotações, pousio etc. Média ou boa
capacidade produtiva. Podem apresentar concreções lateríticas no perfil,
constituindo bancadas mais ou menos duras, negativas para agricultura. Ótima
atitude para pecuária.
Ao que tange
aos solos Ferralíticos encontramos:
Fersialíticos: com grau de saturação em bases (50%) e capacidade de
troca catiónica, superiores aos ferralíticos. No aspecto físico manifestam uma
consistência no horizonte B com tendência para o endurecimento quando exposto
ao ar, precisando-se por isso de muito cuidado no cultivo. Encontram-se na
faixa sub planáltica e na transição para o clima semi árido. Por efeito das
boas características físico - químicas e média capacidade de retenção de água,
pode-se atingir nestes terrenos, produções elevadas com muitas culturas. Estes
solos têm ocorrência normal na faixa meridional e sudoeste da província.
Paraferralíticos: apresentam ainda, face a um menor
grau de evolução do que os ferralíticos (menor lixiviação), pequenas
quantidades de boa argila 2:1, grau de saturação em bases mais elevado; melhor
estrutura. São férteis. Solos que relacionam-se com climas húmidos e formas de
relevo movimentado. Encontram-se só no Nordeste da província (Quilengues), São
os solos que melhor respondem para os cultivos esgotantes, como o milho, o
algodão e etc.
Conclusão
Os solos ferraliticos
apresentam, segundo as regiões, horizontes humíferos mais ou menos marcados e horizontes
empobrecido em argila, nítidos e relativamente espessos, Todos apresentam um
horizonte B1. A importância deste horizonte B1 é variável e algumas de suas
características físicas, tais como estrutura, consistência, o distinguem dos outros
horizontes.
A estrutura
do horizonte B1 é maciça,
muito diferente de outros horizonte que é grumosa, distinguindo-se igualmente da
estrutura do horizonte B2 pela sua consistência mais forte, sobretudo do estado
seco, e menor porosidade. As diferenças de consistência e de porosidade são
entretanto muito pequenas. Os limites do horizonte B1 são essa maneira difícil
a distinguir no campo.
Uma das consequências
desta evolução é o aparecimento ao nível deste horizonte de um tipo de arranjo
particular dos constituintes elementares do solo de diferente dos horizontes A11 e B2.
A caracterizaçá0 do
horizonte B1 é pois importante tanto do ponto de vista da classificação e do
aproveitamento agrícola destes solos, que do estudo de sua evolução.
Isto justifica o interesse em ajustar
um método de análise da estrutura que permita no laboratório, estudar e quantificar
as modificações num mesmo perfil.
As técnicas geralmente
utilizadas para este tipo de trabalho são conhecidas sob o nome de análise de
estrutura ou de análise de agregados.
Eles foram largamente empregados para
apreciar os efeitos de certos tratamentos sobre a estrutura do solo nas
experiências agronômicas. Entre estas técnicas, a de Henin (1958) parece
ajustar-se satisfatoriamente nos estudos dos solos ferralíticos como mostraram Boyer
e Combeau (1960).
Bibliografia
Manual
de treinamento agrícola (Centro de
Educação Agrícola da Província do Bié, 2005) pág. 1, 2 e 3
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